Proposta1

 Na proposta número 1 que podémos escolher, vão estar 2 artigos sobre o Fernado Pessoa, a "Mensagem" e sobre os Lusidas o Canto X.
Na nossa proposta podem ver um documentario sobre os temas que referi no paragrafo anterior, e estará um PowerPoint com a informação que esta no documentrio.
Ao concretizar este trabalho aprende-mos de forma diferente e mais interessante os Lusiadas e a "Mensagem".

Fernando Pessoa "A Mensagem" documentário:



PowerPoint sobre vida e a obra "A Mensagem" de Fernado Pessoa
 

Portugues pessoa a mensagem from Tiago Filipe

Análise das estrofes 145 a 156 do Canto X d’Os Lusíadas


Estrofe 145

No mais, Musa, no mais, que a lira tenho
destemperada e a voz enrouquecida,
 e não do canto, mas de ver que venho
 cantar a gente surda e endurecida.
 O favor com que mais se acende o engenho
não no dá a pátria, não, que está metida
 no gosto da cobiça e na rudeza duma austera,
 apagada e vil tristeza.

Quando o sujeito poético diz “No mais, Musa, no mais, que a lira tenho /destemperada e a voz enrouquecida,” ele está a dirigir-se a Calliope, a deusa da Poesia, e e diz que não consegue mais fazer poesia. E passa a explicar o porquê: “e não do canto, mas de ver que venho / cantar a gente surda e endurecida.” Ou seja, ele não conseguia fazer poesia não pelo seu “canto”, pela sua capacidade de escrita, mas porque os seus ouvintes eram “surdos” e “endurecidos”, ou seja, não mostravam interesse nem disposição para a sua poesia. O sujeito poético ainda acrescenta: “O favor com que mais se acende o engenho / não no dá a pátria, não, (…)” ou seja, o apoio e o reconhecimento que dá vontade à escrita, não lhe era atribuída pela pátria. Porque a pátria estava metida no gosto pela falta de civismo e numa sombria e indigna tristeza segundo mostram os seguintes versos: “(…)que está metida /no gosto da cobiça e na rudeza /duma austera, apagada e vil tristeza.”


Estrofe 146

E não sei por que influxo de destino
não tem um ledo orgulho e geral gosto,
que os ânimos levanta de continuo
 a ter para trabalhos ledo o rosto.
 Por isso vós, ó Rei, que por divino
 conselho estais no régio sólio posto,
olhai que sois (e vede as outras gentes)
Senhor só de vassalos excelentes.

No inicio desta estrofe, o sujeito poético mostra a dúvida no porquê da sua pátria não sentir orgulho na sua poesia que por sua vez os motivava a enfrentar dificuldades e dava-lhes alegria, ao expressar: “E não sei por que influxo de destino /não tem um ledo orgulho e geral gosto, / que os ânimos levanta de continuo /a ter para trabalhos ledo rosto.”. Depois ele passa a elogiar tanto o cargo de escolha divina do Rei como todo o povo português ao acrescentar: “Por isso, ó Rei, que por divino /conselho estais no régio sólio posto, /olhai que sois (e vede as outras gentes) /Senhor só de vassalos e excelentes.”.


Estrofe 147

Olhai que ledos vão, por várias vias,
 quais rompentes leões e bravos touros,
 dando os corpos a fomes e vigias,
 a ferro, a fogo, a setas e pelouros,
 a quentes regiões, a plagas frias,
 a golpes de Idolatras e de Mouros,
 a perigos incógnitos do mundo,
a naufrágios, a peixes, ao profundo.

O Sujeito poético elogia a bravura, as conquistas e o patriotismo do povo português, e todas as dificuldades que eles enfrentam por Portugal.


Estrofe 148

Por vos servir, a tudo aparelhados;
 de vós tão longe, sempre obedientes;
a quaisquer vossos ásperos mandados,
 sem dar reposta, prontos e contentes.
 Só com saber que são de vós olhados,
 demónios infernais, negros e ardentes,
 cometerão convosco, e não duvido
 que vencedor vos façam, não vencido.

Aqui o sujeito poético continua a elogiar todo o povo português, escrevendo “Por vos servir, a tudo aparelhados; / de vós tão longe, sempre obedientes; / a quaisquer vossos ásperos mandados, / sem dar resposta, prontos e contentes.” Ao dizer estas palavras ele quis dizer que os portugueses serviam o Rei sem questionar os seus mandados por mais amargos que focem, sempre serviam com prontidão. E ao escrever “Só com saber que são de vós olhados, / demónios infernais, negros e ardentes, / cometerão convosco, e não duvido / que vencedor vos façam, não vencido.” O sujeito poético diz que só o facto de servirem o Rei, até os demónios lutariam do lado dos portugueses pela sua vitória e nunca derrota.


Estrofe 149

Favorecei-os logo, e alegrai-os
com a presença e leda humanidade;
de rigorosas leis desaliviai-os,
que assim se abre o caminho à santidade.
 Os mais experimentados levantai-os,
 se, com a experiência, têm bondade
 para vosso conselho, pois que sabem
o como, o quando, e onde as cousas cabem

“Favorecei-os logo, e alegrai-os / com a presença e leda humanidade; / de rigorosas leis desaliviai-os, / que assim se abre o caminho à santidade.” O sujeito poético pede para que o Rei alivie o seu povo das rigorosas leis e para os ter em consideração. “Os mais experimentados levantai-os, / se, com experiência, têm bondade /para vosso conselho, pois que sabem / o como, o quando, e onde as cousas cabem.” Ele continua o seu pedido ao Rei para que el favorecesse aqueles com experiencia pois esses é que têm competência para serem conselheiros, pois esses é que sabem as respostas aos problemas.


Estrofe 150

Todos favorecei em seus ofícios,
segundo têm das vidas o talento;
tenham religiosos exercícios
 de rogarem, por vosso regimento,
 com jejuns, disciplina, pelos vícios
 comuns; toda ambição terão por vento,
que o bom Religioso verdadeiro
 glória vã não pretende nem dinheiro.

O sujeito poético ao escrever “Todos favorecei em seus ofícios, /segundo têm das vidas talento;” está a apelar para que todos apoiem nas sua profissões que têm segundo as suas capacidades. E continua: “tenham religiosos exercícios /de rogarem, por vosso regimento, / com jejuns, disciplina, pelos vícios / comuns; toda ambição terão por vento, /que bom Religioso verdadeiro / glória vã não pretende nem dinheiro.” Ou seja, ele suplicou para que os religiosos rezassem pelo reinado, cumprindo os seus votos com jejuns e disciplina, sem vícios nem ambições. Pois todos os bons religiosos não pretendem nem glória nem dinheiro mas sim o bem dos outros.

Estrofe 151

Os Cavaleiros tende em muita estima,
 pois com seu sangue intrépido e fervente
 estendem não somente a Lei de Cima,
 mas inda vosso Império preminente
 Pois aqueles que a tão remoto clima
 vos vão servir, com passo diligente,
 dois inimigos vencem: uns, os vivos,
 e (o que é mais) os trabalhos excessivos.

O sujeito poético fala também nos Cavaleiros: “Os Cavaleiros tende em muita estima, / pois com seu sangue intrépido e fervente / estendem não somente a Lei de Cima, / mas inda vosso Império preminente.” Escrevendo o quão bravos eles são ao servir o Rei, que para além de estenderem a “Lei de Cima”, ou seja, a cristandade, também estendem os limites do nosso Império português. Ele reforça a ideia ao escrever: “Pois aqueles que a tão remoto clima / vos vão servir, com passo diligente, / dois inimigos vencem: uns, os vivos, / e (o que é mais) os trabalhos excessivos.” Pois os cavaleiros iam para terras remotas para servir o Rei, e enfrentam dois inimigos diariamente, os vivos e os seus deveres excessivos.

Estrofe 152

Fazei, Senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
 possam dizer que são para mandados,
 mais que para mandar, os Portugueses.
 Tomai conselho só d'experimentados,
que viram largos anos, largos meses,
 que, posto que em cientes muito cabe,
 mais em particular o experto sabe.

Na estrofe 152 o sujeito poético diz para que o Rei faça com que os outros povos temam os portugueses, pois eles são para mandar e não para serem mandados: “Fazei, Senhor, que nunca os admirados / Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses, / possam dizer que são para mandados, / mais que para mandar, os Portugueses.” Depois ele dá um conselho ao Rei: “Tomai conselho só d'experimentados, / que viram largos anos, largos meses, / que, posto que em cientes muito cabe, / mais em particular o experto sabe.” Ele aconselha o Rei a preferir os conselhos dos experientes, acima dos conselhos dos estudiosos. Pois a experiencia é que permitia obter as respostas certas.

Estrofe 153

De Formião, filósofo elegante,
vereis como Aníbal escarnecia,
 quando das artes bélicas, diante
 dele, com larga voz tratava e lia.
 A disciplina militar prestante
 não se aprende, Senhor, na fantasia,
 sonhando, imaginando ou estudando,
 senão vendo, tratando e pelejando.

Aqui o sujeito poético menciona a história de um filósofo, Formião, que fez um discurso sobre as artes da guerra perante o General Aníbal, e esse general gozou com Formião pois “a disciplina militar” “não se aprende, (…), na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando,” mas sim, “vendo, tratando e pelejando.” Isto para reforçar a ideia anteriormente tratada, de que a prática é superior à teoria.

Estrofe 154

Mas eu que falo, humilde, baixo e rudo,
 de vós não conhecido nem sonhado?
 Da boca dos pequenos sei, contudo,
 que o louvor sai às vezes acabado.
 Nem me falta na vida honesto estudo,
 com longa experiência misturado,
 nem engenho, que aqui vereis presente,
cousas que juntas se acham raramente.

Ao escrever: “Mas eu que falo, humilde, baixo e rudo, / de vós não conhecido nem sonhado? / Da boca dos pequenos sei, contudo, / que o louvor sai às vezes acabado.” O sujeito poético diz que fala humilde, baixo e rude, isso significa que ele está a rebaixar-se perante o Rei, e ainda diz que o Rei nem sabe quem ele é. Contudo o louvor ao Rei sai da boca “dos pequenos”, ou seja, do povo. Mas ele ainda acrescenta: “Nem me falta na vida honesto estudo, / com longa experiência misturado, / nem engenho, que aqui vereis presente, / cousas que juntas se acham raramente.” Ele diz que para além de ter estudos, tem experiencia, e capacidade de escrita (engenho), que isso tudo junto numa pessoa é raro. Ou seja, para além dele se rebaixar humildemente, ele ao mesmo tempo diz ser algo de valor para o Rei, e que o Rei devia ter isso em conta.

Estrofe 155

Para servir-vos, braço às armas feito,
 para cantar-vos, mente às Musas dada;
 só me falece ser a vós aceito,
de quem virtude deve ser prezada.
Se me isto o Céu concede, e o vosso peito
 digna empresa tomar de ser cantada,
 como a pressaga mente vaticina
olhando a vossa inclinação divina.

O sujeito poético diz querer juntar forças ao Rei ao nos escrever “Para servir-vos, braço às armas feito, / para cantar-vos, mente às Musas dada; / só me falece ser a vós aceito, / de quem virtude deve ser prezada.” Ele diz que apenas lhe falta ser aceite pelo Rei. “Se me isto o Céu concede, e o vosso peito / digna empresa tomar de ser cantada, / como a pressaga mente
vaticina / olhando a vossa inclinação divina.” Ele disponibiliza-se para cantar os futuros feitos do Rei, se assim for da sua vontade.

Estrofe 156

Ou fazendo que, mais que a de Medusa,
 a vista vossa tema o Monte Atlante,
 ou rompendo nos campos de Ampelusa
 os muros de Marrocos e Trudante,
 a minha já estimada e leda Musa
 fico que em todo o mundo de vós cante,
 de sorte que Alexandre em vós se veja,
 sem à dita de Aquiles ter inveja!


Nesta última estrofe, o sujeito poético incentiva o Rei a continuar com a guerra cruzada no Norte de África e ainda se oferece para cantar esse feito, garantindo-lhe que serão cantados os seus feitos por todo o mundo e que será mais temido em Marrocos que em qualquer outro lugar. Ele usa uma comparação hiperbólica nos dois primeiros versos – Atlante, um titã, transformado em pedra pela visão da Medusa, que segundo a mitologia transformava em pedra quem contemplasse a sua beleza. E o próprio Alexandre Magno rever-se-ia no Rei D. Sebastião, e não iria invejar a glória de Aquiles, pois a do Rei português seria muito maior.

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